domingo, 20 de junho de 2010

"Back On The Road"

Após uma viagem perfeita no dia anterior (Sorocaba-SP), estava agora preparado para viajar para Nova Odessa - SP, uma cidade bem pequena localizada no interior de São Paulo. Achei a ideia de ir para uma cidade pequena genial, geralmente o pessoal das cidades pequenas é mais receptivo, achei que não seria diferente.

Dia: 31 de abril de 2010
Ponto de Partida: Campinas-SP
Ponto de Chegada: Nova Odessa-SP

A banda que estava indo ver se chama ROCKOVER (http://www.rockover.com.br/). Uma banda de um pessoal mais velho (por volta de 50, 60 anos), quase uma "terceira idade do rock". 
Tanque cheio, GPS ligado, pé na estrada novamente. Já na estrada, via Anhanguera, estava tudo tranquilo. Pouca gente viajando e poucos caminhoneiros malucos. Quase chegando em Nova Odessa (mas quase chegando mesmo): um pedágio. Quis morrer aquela hora. Estava tão perto da cidade, era só andar uns 700m... Tive que pagar, fazer o quê? É uma grande sacanagem você ter que pagar pra poder "ir e vir".
Entrando em Nova Odessa, reparo que a cidade é bem modesta. Ruas pequenas, muitas lombadas e carros parados por todos os lados. Porém, ruas bem asfaltadas e tudo bem arrumadinho. A única coisa fora do comum que eu vi na cidade foi um cruzamento que não tinha semáforo e sim 4 lombadas, uma em cada rua, na imininência do encontro entre as ruas. Chorei de rir. Como podia haver uma coisa como essas? Ficaria mais barato colocar um semáforo do que colocar 4 lombadas, rs.
Chegando ao bar, estacionei em uma praça que ficava ao lado. O bar era o "NO CANTO" uma espécie de pub que vez ou outra rola rock. Entrando no bar, já vi que eu não ia gostar do ambiente. Não pelo bar, mas pelas pessoas que estavam lá. Era um bar mais elitizado. Olhando ao redor, nenhuma camiseta de banda, nenhum cabeludo ou alguma garota Hard Rocker. Me decepcionei.
Antes de começar o show da banda, tinha uma área aberta no bar e resolvi "tomar um arzinho". Lá conheci duas pessoas de Sumaré, mas não conversamos muito. Era um casal e eu, lógico, não queria ficar alí empatando. Terminando de "tomar um arzinho" voltei pro bar pra ver a banda que já estava arrumando os instrumentos no palco. Era genial. Quatro homens experientes tocando classic rock pra um público muito mais jovem do que eles. Deveria ser ao contrário, e esse contraste me deixou animado.
Começando o show, já reparei em algo que me encomodou a noite toda: Ninguém sabia cantar as músicas. O setlist da banda era impecável, para quem curte o bom e velho Rock N'Roll, mas, nem creedence o público sabia cantar. O que me deixa mais nervoso é quando tentam cantar, abrem a boca e cantam errado. Se não sabe cantar, NÃO CANTA. O pessoal que estava lá era um pessoal com média de idade de 28 anos, maioria deviam ser empresários da região metidos a descolados.
Voltando ao que interessa, banda muito boa. Todos os membros da banda cantavam e eram muito bons nos seus instrumentos. Destaque para o baterista que era o Mick Jagger brasileiro, IDÊNTICO. Setlist muito boa também, como havia dito anteriormente, mas, parecia que a noite não estava pra mim. Alguém do público gritou "NIRVANA" e a banda tocou. Aí eu não me aguentei. Fiquei puto e fui embora. Como podia uma banda tocando clássicos fenomenais tocar NIRVANA? Uma banda que se denomina CLASSIC ROCK tocar NIRVANA? Foi demais pra mim. Mas, todo mundo tem que ganhar dinheiro né? Eles estavam fazendo assim. Saindo do bar, conta cara, realmente não era minha noite.
Já dentro do carro, dei um real pro rapaz que estava olhando, liguei o GPS e pé na estrada novamente. Fiquei pensando na noite, que eu julguei não ter dado certo. Pensei até que o pessoal de Nova Odessa não era tão simpático quanto o de Sorocaba. Mas, na estrada, você tem tempo pra pensar em tudo. Acho que é o maior momento de reflexão que uma pessoa pode ter hoje. Então, pensei: Talvez eu que não me encaixava no estilo do bar. Um bar caro como aquele, com pessoas com quase 30 anos que só estavam lá pela "balada", não era pra se esperar tanto do público. Também serviu como lição para as próximas viagens: Você quer rock? Vá em bar exclusivo de ROCK. 
Pensei também que não havia acontecido nada de ruim na viagem. Não tinha batido, não tinha brigado com ninguém, não havia sido roubado. Depois de refletir, acho que no geral a viagem foi muito boa. Não conseguia esperar para que o próximo final de semana chegasse de novo.
Cheguei em casa por volta das 5h da manhã. Carro na garagem, entrei e fui deitar. Quando estava deitado tive a idéia de fazer um diário de viagens. Seria então o primeiro pensamento sobre criar o blog. Luz apagada, olhos fechados, mais uma viagem bem sucedida.

Próximo Destino? Jundiaí - SP

Rock N' Roll, Hard Rock e muita história pra contar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"Let the Carnage Begin!"

Trinta de Abril do ano de 2010. Data em que começo a minha jornada atrás da cena underground do Rock brasileiro.Ponto de partida: Campinas; Ponto de chegada: Sorocaba.
Muitos me perguntam o motivo das minhas viagens ou até mesmo o porque de criar um blog com essa temática. Ao decorrer dos posts vou explicando como me tornei  uma mistura de "Easy Rider" com Jack Kerouac. Mas, posso adiantar, que duas coisas foram  determinantes: Paixão pelo estilo musical e pela estrada.
Tanque cheio e GPS ligado, estava finalmente preparado para fazer a minha primeira viagem em busca dos melhores lugares e bandas de rock do país. Não sabia  para onde ir. Procurei na internet algum festival de rock que rolaria pela região (poderia ser qualquer um. Só queria sentir o gostinho da viagem). O local escolhido foi Sorocaba. Ainda não conhecia a cidade, apenas comentários e pessoas conhecidas que haviam morado por lá.
Já dentro do carro, saindo de Campinas peguei a Rodovia dos Bandeirantes e aí, foi pé na tábua. Recomendo aos também viajantes que sempre que tiverem oportunidade dirijam pela Bandeirantes. Não só pelas boas condições da pista mas, também pelo fato de o limite de velocidade ser maior (andar a 100km/h pra mim é um martírio, rs). Era uma noite bem escura, haviam muitas carretas na estrada e a atenção tinha que ser dobrada. Sem contar aquele friozinho na barriga de viajar sozinho, a noite e pra um lugar que eu nunca tinha ido anteriomente. Mas, nada como um bom Rock N' Roll pra aliviar o stress da viagem. Dessa vez a banda da viagem de ida foi o Anthrax. Difícil foi controlar o pé, ouvindo The Belly Of The Beast, rs. Após aproximadamante 1 hora de viagem, avistei a entrada de Sorocaba. Chegando na cidade (que é bem maior do que eu imaginava) cheguei ao destino do Show. Era uma casa de shows famosa (bem grande também) onde rolava todos os tipos de show. E hoje, era dia de Rock. A casa de shows é o Plaza Hall (recomendo). Estacionei o carro logo ao lado da casa de shows onde tinham uns rapazes olhando os carros. Foda é que cobraram 5 reais pra isso, haha. Já na fila, conheci dois rapazes (não lembro o nome deles) que fizeram a primeira impressão sobre o povo Sorocabano. Ficamos conversando uns 20 minutos. Dez desses vinte mintutos, foi com eles me chamando de louco por viajar pra tão longe pra assistir o show de duas bandas Covers. Naquele dia, tocavam um metallica cover e um scorpions cover. Entrando no bar, já fiquei meio impressionado. Era um bar bem grande, tinha até área aberta pra quem quisesse "tomar um arzinho". Fiquei esperando por volta de 2 horas pro show começar. O metallica cover foi o primeiro a tocar, nem fiquei assistindo muito (não sou fã de metallica). Nesse tempo em que a banda tocava, fiquei lá na parte de fora do bar onde conheci algumas pessoas. Como já havia percebido, o pessoal de lá é muito receptivo e bem simpático. Depois de um bom tempo conversando com o pessoal, anunciaram o show do Scorpions cover. Eu, claro, fui lá pra conferir. Banda muito boa! A guitarra do Mathias Jabs Cover era autografada ainda por cima. Com certeza, um dos melhores covers (ou o melhor) de Scorpions do país. Público animado, cantando tudo. Deu pra ver que o pessoal de Sorocaba era rocker de verdade. Mas, como o show começou bem tarde, não tinha muita gente no bar. Eu fiquei até o final, e que final! Fecharam o show com Dynamite e a galera delirou de vez. Olhei no relógio, já era 4 e meia. Comprei um energético, saí do bar. Era hora de viajar novamente.
GPS ligado, frio do caramba. Peguei a estrada. Não tinha ninguém na estrada. Foi uma volta bem solitária, mas eu estava empolgado: a viagem tinha dado muito certo. Alí, eu percebi que essa seria a primeira de muitas outras viagens. Estrada vazia, pé em baixo, cheguei em Campinas bem rapidinho. Eu nao conseguia acreditar que uma viagem tão inesperada e nada planejada poderia ter dado tão certo. A sensação de relaxamento que essa viagem me trouxe foi incalculável. Esqueci o trabalho, os problemas, esqueci até mesmo quem eu era, como me comportava. Eu era uma pessoa nova. Tinha ido pra um lugar onde ninguém me conhecia. Ningúem poderia me criticar pelo que sou. Ninguém poderia me dizer qual o próximo passo. Era um estanho para eles, e para mim.

Próximo Destino? Nova Odessa-SP

Classic Rock rolando e muita história pra contar.